1999

CARTAZES QUE CONTAM A HISTÓRIA

Vamos dizer que esse ano foi decisivo para a nossa história. O primeiro show foi agendado para março com as bandas Okotô, Hateen e Baby Scream. Era um domingo e a mini-ramp já estava pronta para o funcionamento. Foi nesse show que conhecemos a Cherry que era vocalista do Okotô. Garota agilizada, responsável, focada, fez a data virar e isso lhe rendeu um convite para fazer parte da equipe do Hangar, ajudando na agenda dos shows. Juntos, idealizaram o Skema110 que é um festival para bandas iniciantes (o projeto mais antigo da casa, vigorou de 1999 a 2017), uma parceria que durou até 2016 quando ela passou a fazer tours pelo mundo com a banda NervoChaos, impossibilitando assim conciliar as duas agendas. “O que começou como trabalho passou a ser uma amizade com muito respeito e carinho”.

Foi nesse ano que demos um cheque mate. As coisas estavam caminhando, mas as contas não fechavam, foi então que colocamos uma data limite, setembro/99. Se as coisas não vingassem iríamos fechar e entregar o prédio.

E parece que algum Deus do Rock ouviu e resolveu nos ajudar. Nesse ano, vários shows começaram a aparecer e o primeiro sold-out da nossa história aconteceu com Varukers, Ratos de Porão, Gritando HC e Olho Seco, no dia 07 de maio, sexta-feira.

Outro grande show desse ano foi a tradicional verdurada com Better Than A Thousand, Rethink, Point Of  No Return e Sight For Sore Eyes. Isso apenas dois dias após o furacão do Varukers passar.

A Verdurada era evento muito conhecido em São Paulo promovido pelos Straight Edge, que acontecia em uma casa no Jabaquara, uma vez por mês.

“Lembro que o  contato para fazer a verdurada foi pelo Dráusio que na época tocava baixo no Street BullDogs”. (Marco Badin)

Depois disso vieram vários shows tais como Agnostic Front, Blind Pigs, Holly Tree, Pin Ups, Carbona, Zumbis do Espaço, Nitrominds, sem falar do primeiro Ramone a pisar em nosso palco, Marky Ramone. E finalmente No Fun At All, a banda sueca que se tornou uma das que mais tocaram no Hangar110. Foram 6 tours nesses 23 anos.

“Lembro que no  show do No Fun At All, a banda tinha acabado de sair do inverno sueco, chegando ao Brasil em pleno verão. O Hangar lotado, um calor infernal, as paredes suando. O vocalista Ingemar pede encarecidamente para abrir as janelas. Mas que janelas?”

Uma das coisas que facilitou em todo esse processo é que de 98 a 99,  Marco Badin (Alemão) também era sócio de uma gráfica e já tinha um certo conhecimento e domínio do processo de impressão. Sendo assim, alguns materiais nesse período foram rodados na gráfica sempre à noite, após o expediente. Nem sempre a impressão saia uma maravilha, afinal de contas colocar uma máquina off set para rodar requer conhecimento e experiência, coisas que ele não dominava plenamente. Dessa fase, podemos ver alguns cartazes e flyers. O primeiro show do Gritando HC com CPM22 e também em 98 Agrotóxico, Hino Mortal. Em 99 Okotô com Hateen,  Gritando HC com Paura,  Food4Life com Bandinha e Negative Control, Marky Ramone entre outros.

Máquina de Off Set – Trata-se de uma impressão indireta, ou seja, a imagem e/ou as cores não são impressas diretamente no papel. Inicialmente utiliza-se uma chapa metálica fotossensível onde uma de suas partes atrai a gordura (com a tinta), enquanto as outras partes atraem a água, fazendo com que o papel não fique molhado.