2020

CARTAZES QUE CONTAM A HISTÓRIA

Às vezes ouvimos que tal banda vai acabar e de imediato a gente não acredita que os caras vão fazer isso. Quando perguntado, geralmente a resposta é que precisam de um tempo pra organizar as idéias. Passam alguns anos e a banda retorna, aí vc pergunta o que aconteceu e a resposta geralmente é: não conseguimos ficar longe dessa vida, tá no sangue.

Já no final de 2019, a idéia de voltar com o Hangar circulava em nossas cabeças. Todos que vinham tocar tratavam como se ainda fosse o Hangar.

“Aqui é o Hangar e sempre vai ser”.

Começo do ano, primeiro show ainda sob chancela de The House, Terra Celta se apresenta. Banda de folk rock muito bem humorada, com um front man sensacional,  grandes músicos e instrumentos inusitados.

O Segundo show,  Dead Fish.

Resolvemos fazer um cartaz bem na pegada do Hangar, uma réplica do cartaz de 19 de dezembro de 2008. Não deu outra, a receptividade foi uma coisa que não esperávamos. Muita gente dizendo que o Hangar tinha voltado, sem que tenhamos falado uma única palavra a respeito.

Consultamos vários amigos sobre a idéia de retornar, Koala do Hateen, Badaui do CPM22, Cabeça do Agrotóxico, Jeferson do Flicts, Rodrigo do Dead Fish, Dj do Heavy Pero no Mucho. Amigos produtores, amigos clientes e simplesmente amigos.

A cada resposta, com certeza nossos olhos brilhavam. E a partir daí, entendemos porque as bandas voltam.

“Aqui vai um obrigado gigante a todos que desde outubro de 2016 sempre pediram para o Hangar110 não fechar, e depois de fechar, voltar.”

No dia 11 de fevereiro de 2020 oficializamos o volta do Hangar110.

Primeiro show não poderia ter sido melhor, casa cheia, ingressos esgotados para Gloria e Pense. O clima de festa estava instalado novamente. Logo em seguida Malvina, Statues on Fire e Garotos Podres, novamente um bom público.

Os bons tempos estão de volta!

Mas como se diz, alegria de pobre dura pouco e uma semana após o show dos Garotos, o País entra em quarentena por conta de algo impensado naquele momento. Um vírus que se espalhou pelo mundo matando pessoas. Coisa até então de ficção, todos achavam que seriam apenas algumas semanas e tudo voltaria ao normal. Pura ingenuidade. As atividades relacionadas a eventos foram suspensas e já se articulava que só voltariam depois de uma vacina, isso em abril de 2020.

As coisas se complicaram, ninguém entendia direito como o vírus atuava, como se proteger e proteger os outros. Logo, o melhor a se fazer era o distanciamento social, máscara e álcool em gel.

Protocolos sanitários foram criados para cada setor e isso possibilitou que entrássemos em mundo novo pra gente, as Lives.

A primeira foi um esforço descomunal, pois todo o processo só conhecíamos na teoria e na prática todos sabemos é bem diferente.

Juntamos esforços e expertise de parceiros e amigos. A Monster e a Vans compraram a idéia e junto com a Gig, montamos o primeiro Festival Online ao vivo da nossa trajetória de 22 anos.

Foi somente um dia com Dead Fish, Pense, Zander, Bullet Bane, Black Days, The Monic, Punho de Mahin e Continue.

Muito diferente de show presencial a live fica longe de ser o ideal, mas a proposta de levar diversão as pessoas em suas casas foi alcançada.

Com um formato acertado partimos para a segunda live, novamente a Vans abraçou a ideia e fomos pra cima. Hangar Sessions, foram dois finais de semana, 6 dias e 18 bandas.

Flicts, Gritando HC e Dias de Luta

Sugar Kane, Old Rust e Ravel

Zimbra, NDK e Corcel

Surra, Bayside Kings e Manger Cadavre

Hateen, Menores Atos e Der Baun

Gloria, Cefa e Bruxax

Vale lembrar que não tivemos nenhum dos integrantes de equipe e nem de bandas contaminados no período das lives, o que nos reforçou a idéia de termos desenvolvido protocolos que protegeram as pessoas, que acima de tudo são nossos amigos.

Já os cartazes, vinham tendo mudanças expressivas de formato. Isso vinha acontecendo esporadicamente nos anos anteriores, por conta da divulgação de alguns shows serem mais direcionadas as plataformas do Instagran e Facebook. O formato digital toma conta da divulgação e as artes passam a ter uma identidade mais sintetizada. Poucas palavras resumem o evento e os cartazes passam para o formato de banners. Em 2020 com o advento das lives, os banners reinaram absolutos.

“Bem vindo ao mundo das lives”.