2010

CARTAZES QUE CONTAM A HISTÓRIA

Apesar de vários shows, poucas atrações internacionais apareceram nesse ano. Ainda tínhamos aquela onda de festivais que se iniciou em 2007, e isso com certeza prejudicou um pouco.

Mesmo assim No Fun At All retornava ao Brasil para única apresentação em São Paulo. E não foram só eles que retornaram, Varukers e Bambix.  O Bestofzp do site Zona Punk premiando os melhores do ano anterior,  sempre foi um momento de descontração, principalmente pelo troféu que era uma garrafa de “não muito boa” aguardente . Muitos shows bons aconteceram, Esteban, Strike, Flicts, Dance of Days, Cueio Limão, Vader, Os Pedreiros, Fistt, Gloria, Vivendo do Ócio, Cólera, Confronto, Torture Squad, Periferia SA, DFC, Mukeka di Rato, Sugar Kane e mais uma infinidade, porém acho que o grande destaque desse ano foi a gravação do DVD do Street Bulldogs.

Era o momento mais esperado, tinham ótimos shows naquele mês, vários esgotados mas mesmo assim os ingressos venderam rapidamente. Não foi fácil para os caras convencerem o Leo, a banda se reuniu somente para fazer esse show e foi um momento daqueles que a gente quer congelar.

Aqui vamos abrir um parênteses pra falar um pouco da linguagem empregada nas artes dos cartazes.

No decorrer dessas duas décadas é possível se ver algumas mudanças significativas de linguagem. Umas são mais presentes do que outras em determinada época, porém todas sempre estão presentes até os dias de hoje, dependendo da vertente musical e cultural de cada banda.

No começo a linguagem predominante era o punk rock, aquele estilo despojado, contestador, politizado, um certo sarcasmo. Já com a ascensão do hardcore melódico esse tipo de linguagem foi se modificando, dando lugar para algo voltado a pop art e atualmente a uma estética mais mercadológica. É importante deixar bem claro que por trabalhar com o universo underground,  todas  essas linguagens podem ser vistas em cartazes durante todos os 23 anos de Hangar110, até os dias atuais.

Dependendo do estilo musical, seja o punk rock, hardcore, hardcore melódico, ska, metal, pop rock, todas as bandas  tem sua identidade linguística que facilita o contato com seu público alvo, porém todas conseguem conversar entre si.

O punk rock, podemos ver essa linguagem muito evidente nos cartazes do Olho Seco, Cólera, Ratos de Porão, Inocentes, Punk na Páskoa, nas noites do We Are The Clash. Ela se mantém presente até os tempos de hoje

“Acho que existe um certo fascínio pelos amantes do punk rock o que faz dela sempre atual, apesar de ter mais de 40 anos. Nunca sai da moda”

Apesar da pop art ter seu auge nos anos 60, no Hangar110 ela teve forte influência nos cartazes durante vários anos. A cena Underground sempre teve uma queda por quadrinhos, filmes clássicos, filmes B de terror e essa parceria sempre rendeu cartazes inteligentes e bem humorados,  Zumbis do Espaço é o exemplo clássico.